domingo, dezembro 12, 2010

DA ELASTICIDADE DOS CONCEITOS...

... E DAS INTERPRETAÇÕES...

...Feitas em seu nome, o caso Assange trouxe à ribalta mais um falso alicerce da construção democrática - a livre expressão.

Hoje estaremos a rever as famosas tácticas da CIA e de outros organismos que zelam pela Segurança Ocidental, aplicadas sobre um cidadão, cuja interpretação de livre expressão colide com a dos zelotas e a dos ingénuos.
Contudo, a facilidade com que uma acusação se forja e se aceita, eventualmente com vítimas compradas, ameaçadas ou eventualmente autênticas, no seguimento de uma estratégia de descredibilização, como se a VERDADE dos factos devesse ser dependente do mensageiro, mesmo com agendas tenebrosas, e não da sua autenticidade não desmentida é que me choca, embora não me surpreenda.

A hipocrisia, porque somos civilizados, nas palavras de H. Monteiro, abordando a mesma temática em sibilina desdramatização ( ver editorial do Expresso de ontem ), com que se manipula o conceito da liberdade de expressão, consoante somos vítimas ou algozes também não me surpreende.

Surpreende - me sim, a mistura de alhos com bugalhos como o faz M.Sousa Tavares no mesmo jornal, em título - A sociedade da devassa.

É que há denúncia pública e devassa privada: nem uma nem outra são condenáveis à partida, ou não?
Por outro lado,já que mantém um ressabiamento contra os blogues e não consegue distingui - los,há blogues e blogues,há jornalistas e jornalistas,há comentadores e comentadores; nessa torção angular distingo, não em juízo mas em entendimento, a minha apreciação e relevância atribuída. Porquê? Porque posso fazê -lo, porque tenho ferramentas culturais para o fazer, porque essas ferramentas, associadas a um conceito ético imune a alibis rasteiros que a empatia social tem por hábito COMPREENDER, me permitem pensar e decifrar as armadilhas que a lógica silogística aplica aos incautos.

Da relevância dos factos trazidos, para lá do formalismo legal, a verdade e a legitimação da DENÚNCIA do PÚBLICO, e não devassa que é aplicável ao John Doe e não aos políticos e outos seres que superintendem a vida de Todos,é de uma evidência ATROADORA.
Meter isso no saco das intrigas de alcova e das misérias pessoais dos que se pensam " intocáveis ", é lamentável e modelarmente um mau exercício em prol da liberdade e transparência democrática.

Mais valeria a desvalorização " hipócrita " do seu Director.


P.S. - Estou identificado no meu blogue e não procuro nenhum minuto de fama, vale?

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