quinta-feira, dezembro 30, 2010

DA ÁFRICA...

... ou a análise de um intruso sobre " agenda Africana!!!? ".

Confesso que vejo com pouca complacência as críticas que generalizada e recorrentemente surgem a propósito dos males da África, nomeadamente quando se suportam sobre bases éticas e morais e não reflexões fundamentadas da genealogia da evolução política de um continente que só recuperou a sua História há pouco mais de sessenta anos.

O olhar sobranceiro sobre a corrupção em África, sempre generalizada, quando comparada com a monstruosidade implícita no código genético do sistema que a alimenta e em plena globalização pelo Globo, o Capitalismo,é de uma hipocrisia atroz.

Falar de África implica NECESSÁRIAMENTE uma abordagem histórica do antes, durante e pós-colonialismo e ela terá de ser sempre ideológica, para lá das estatísticas que o aparente sucesso de Botswana apresenta.

A ideia, como aparentemente o texto de H. Raposo reflecte sob o título - O caos em África - no " Expresso on-line " de que o sucesso de qualquer democracia, em qualquer parte do planeta, Botswana, para o caso, implica uma clonagem, natural, crê ele, de culturas e organização social donde brotariam, num passe de mágica, a triunfante democracia de tipo ocidental,não pode ser levado a sério.
Este espaço é demasiado pequeno para citar textos de africanos, políticos intelectualizados ou intelectuais que se tornaram políticos, mas remeto este texto para as intervenções dos pais fundadores das novas repúblicas pós - colonialismo, nomeadamente Cabral, Senghor, NKruma,Nasser, etc.
É procurá - los, lê - los, conhecer as suas projecções das sociedades que queriam implementar e seguir com ATENÇÃO o boicote insidioso que o Ocidente e a URSS teceram sobre as jovens nações.

As leituras serão sempre ideológicas, assim como a interpretação, insidiosa, dos factos quando se quer colar percursos formatados a realidades que não se conhecem de todo.

Podem sempre comparar com o texto, por exemplo, do Luís Naves no blog Albergue Espanhol sobre a temática africana, como foi orientado e ver a diferença.


Adenda - É que olhar para a História Mundial e África tem sido parte determinante dessa História, com o olhar frio do historiador SIR Martin Gilbert em História do século XX, um acervo importantíssimo e neutro de factos, como tem sido o olhar do cidadão europeu sobre a África, dizia eu, é muito diferente de ler O livro negro do Capitalismo, para mim infinitamente mais importante para o balanço da História.

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