domingo, março 27, 2011

A HISTÓRIA TEM ESSE HÁBITO, repito...,

... O de " repetir - se ", sempre que as circunstâncias que rodeiam os seus protagonistas - a natureza humana - se assemelham, para lá dos seus enquadramentos geográficos, culturais ou civilizacionais.

Estávamos em 1906 e... foi a Grande Depressão

" Foi o fim de uma época... O longo domínio das classes médias, que começara em 1832, chegou ao seu termo, e, com ele, o do reinado quase igual do liberalismo. Foram ganhas as grandes victórias. Todas as espécies de tiranias foram suprimidas. A autoridade estava quebrada por toda a parte. Os escravos eram livres. A consciência era livre. Mas, a fome, a miséria e o frio eram também livres: e O POVO EXIGIA ALGO MAIS QUE A LIBERDADE ( sublinhado meu )" - Winston Churchill

A Liberdade nunca foi um BEM gratuito e só é alcançável através de lutas hercúleas, no espaço das nações, dos estados e daí aos indivíduos. Uma vez obtida, sucede - se uma " normalidade " que as gerações subsequentes que A herdaram dão como adquirida, em permanência.
Mas Ela tem um preço que ninguém quer pagar - A Liberdade dos outros - e tudo o que a acompanha nas multi-vivências de cada um, com a sua " ética " adequada às suas aspirações e responsabilizações de primata, para lá da sua condição trémulamente adquirida de SAPIENS, portadora de uma Cultura que voluntáriamente criou.

A CRISE que cinde o mundo só nos chama a atenção para um facto - a DECADÊNCIA - das relações humanas que vai do infinitamente grande dos Continentes, Culturas, Estados, Nações e chega às Famílias e ao INDIVÍDUO, cuja expressão máxima e perversa é a hipervalorização narcísica, extravasada para o espaço da Família, para as Nações, para os Estados, para os espaços Culturais e para os Continentes.

O SAPIENS original só se tornou gregário levado pelas circunstâncias que lhe mostraram o caminho da extinção como espécie.
O SAPIENS moderno, cego pelas suas victórias civilizacionais que o mantém ao abrigo temporário e periclitante e não a salvo da Natureza e porventura de si próprio, perpetua a sua ESTUPIDEZ em tautológicas receitas, sem memória e sem RACIONALIDADE, livre já da canga da religiosidade e da História,que, suprema ironia só é segura hoje, na vertigem da massificação mentirosa do SABER, pela sua elite consagrada na CIÊNCIA.

IMPOSSÍVEL qualquer reforma das instituições nesta já tão cristalizada Globalização das diferenças. Seria este o fim da História visionado por Fukuyama?

QUE VENHAM AS REVOLUÇÕES!TODAS ELAS SERÃO BOAS PARA O TERRAMOTO QUE IRÁ SACUDIR ESSA MONSTRUOSIDADE CRIADA PELA BURGUESIA PLANETÁRIA E QUE REDUZIU O SAPIENS À SUA CONDIÇÃO PRIMEIRA - A DE RECOLECTORES.

Sem comentários: