Já é um hábito e para mim só me diz uma coisa. Funciono, em muitos comprimentos de onda,com personagens tão díspares que a busca de um intérprete granítico a quem atribuir toda a complexidade do meu SER,tornou - se uma demanda vã e, sinceramente, irrelevante para a minha tranquilidade identitária.
Miguel Sousa Tavares continua, a par de poucos, a funcionar no meu comprimento de onda. A sua última intervenção no Expresso tem um olhar desassombrado sobre a realidade nacional. É de ler e reflectir. É o que se espera de quem exerce a actividade que ele tem, não vacuidades, intriguices, má - lingua rasteira e, principalmente, colunas flexíveis.
É que a irresponsabilidade é total. Em Portugal fala - se muuuuito, lê - se pouco, estuda- se ainda menos e reflecte -se quase nada. As emoções damasinas são o alfa e o ómega do dia - a - dia lusitano, agravadas pelas necessidades ingentes que a sobrevivência impõe.
Que o povo democratizado pelo 25 de Abril fale demais, como uma consequência irreprimível da ausência da mordaça,sem que isso seja um sinal de vitalidade cívica,tudo bem: mas quando essa " diarreia verbal " se estende aos responsáveis políticos, económicos, religiosos e aos magistrados, que " ensalivam ", sempre que lhes apareça pela frente um pé - de - microfone, é no mínimo patético e irresponsável.
Não há quem os cale?
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