domingo, abril 28, 2013

D' as interpretações...

... e das perspectivas lançadas sobre o discurso do presidente da República no dia 25 de Abril na Assembleia da República tivemos visões , isso mesmo, de todos os tipos, como seria de esperar.

As fundamentações racionalizadas sobre o que disse Cavaco, as suas intenções ao verbalizar nesse dia, numa cerimónia simbólica de apologia de libertação a recusa de alternativas, remete - nos ao  - NÃO HÁ ALTERNATIVAS - de Passos quando, num aproveitamento cínico e despudorado das circunstâncias do resgate, resolveu impôr uma agenda ideológica reaccionária e passadista sobre o país, fazendo - o, como se constata hoje, regredir de décadas.

A contradição evidente no discurso de quem apela ao consenso e ao mesmo tempo desvaloriza as eleições como referência de debate é políticamente revelador de uma ideia do país menorizado por uma promovida elite pequeno-burguesa a quem a nivelação democrática é desvalorizadora da excelência alcançada.

Na mesma ordem de ideias dos aderentes à bondade do discurso presidencial vemos o pragmatismo governamental apresentado como alibi da vacuidade ética e de expedientes de toda a ordem, como o recente caso dos SWAP, atesta.

Confundir, como o fizeram muitos, uma cerimónia simbólica e ritual, concernente à instituição Presidência da República, como aconteceu nos USA recentemente que não ao detentor, passado ou presente do cargo, por mais imbecil que tenha sido no exercício do cargo, como o foi Bush jr., com tolerância democrática à asnice criminosa do dito, é obra e compará - la enviezadamente com as críticas feitas ao discurso do presidente português apresentadas como intolerantes, é sofismático, como o fez H. Monteiro no último Expresso.

O " espírito democrático " não É a tolerância com aquilo com que não acreditamos, é pelo contrário, a sua crítica livremente expressa e o desmascaramento das inverdades dadas por adquiridas e como definitivas.
Ninguém negou ao Cavaco a opinião e a assumpção do seu pensamento sobre o país, era o que faltava. 
O que se deplorou foi a batota de ver o representante assumido de TODOS OS PORTUGUESES ao reboque de uma facção, melhor, fracção do todo e silenciar o resto do país, como só o fazem ou tentam fazer os donos, não do regime democrático mas das coutadas.

Por mim, o fundamento da Democracia está mais na Intolerância e Crítica do que no silêncio e tolerância bovinas.

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