segunda-feira, julho 08, 2013

CONVENHAMOS...

Não creio que o presidente da República se abalance a sacudir a famigerada estabilidade política. Cavaco é um institucionalista da ordem, do " regular " funcionamento das ditas, um burocrata cumpridor e que funciona como um funcionário. Os cargos políticos que exerceu e exerce hoje, nomeadamente a Presidência do Conselho de Ministros e a Presidência da República obteve - os por uma consequência insanável da cultura política do século XX marcada indelèvelmente por um ectoplasma político chamado Salazar apoiado por uma Igreja demissionária, colaborante até à cumplicidade activa, na formatação de um povo que desgraçadamente se deixou rever e ser representado pelo linfatismo provinciano de uma elite capturada.

Indo contra a corrente do linchamento público de Portas, de quem compreendi as razões POLÍTICAS da demissão antes de se perspectivar, agora, as vantagens acrescidas e as razões estratégicas, minto, tácticas, do abanar do pântano em que se estava a transformar a coligação, acredito que... as razões nunca foram pessoais, bem pelo contrário. Só se enganou no adjectivo e na cor carregada da tinta para assustar o Coelho...

Era evidente para Portas, quase ao milímetro, as reacções transtornadas, o pânico mediático, a esperada pressão do CDS, a paralisia do Presidente da República e a incapacidade e força política do parceiro da coligação para ter qualquer outro tipo de démarches que não o que ele previu.

Acertou em tudo e ... convenhamos, sai por cima e o país, inopinadamente, ganha uma liderança política onde deve e não uma burocracia em continuidade e eleita coisíssima nenhuma...

Já agora, visto que o Presidente se está borrifando para os meus conselhos, quero ver a continuação do filme com os novos stunts remodelados coercívamente.

Já agora, deixo uma pergunta : Até onde cabe, no regular funcionamento das instituições, o comportamento popular em rejeição à política dos seus governantes? Qual a escala de medição?

Sem comentários: