terça-feira, setembro 09, 2014

TOLERÂNCIAS DEMOCRÁTICAS E...

... RELATIVISMOS ÉTICO - POLÍTICOS AD HOC ?

Considerando as experiências, relatadas no Expresso de sábado passado por Katya Delimbeuf, do psicólogo canadiano Paul Bloom e da sua mulher Karen Wynn, levadas a cabo com bebés de 3 meses a 1 ano, e descritas no seu livro " As origens do Bem e do Mal ", o sentido moral do sapiens é INATO. Um imperativo categórico que refundamenta as teses dos insurgentes contra o cinismo e a hipocrisias modernas sedimentadas no pragmatismo moral e existencial do indivídual de hoje.


Sem menosprezar o efeito social - educacional que a corrupção relativista exerce na formatação comportamental, os resultados das experiências disseram aos seus autores que a moral, recito, " é uma característica ( primeva ) moldada pela evolução da espécie, para a nossa sobrevivência ".

Numa análise tremendista dessas conclusões, a tautologia levar - nos - ia, face à aridez ética das sociedades contemporâneas, a consagrar uma decadência social acelerada da espécie em todas as paragens do planeta onde a noção original do CERTO e do ERRADO, de Justiça,  está a ser adversariada pelo SIM, MAS....

Tolerância?
Tolerância e democrática?
Tolera - se o óleo do fígado de bacalhau e eventualmente uma quimioterapia. Tolera - se o que é física,  psicológica ou racionalmente sustentável à luz das resistências apregoadas. Toleram - se circunstâncias atenuantes que o senso comum consagra, independentemente dos contextos, de qualquer natureza. O Mal é intolerável no reconhecimento que dele a sua face se nos apresenta no mais íntimo de nós. Está no nosso ADN essa capacidade, estamos a sabê - lo agora.
Sem querer entrar nas intuições roussianas do Bom selvagem e nas racionalizações e observações categóricas kantianas, o que sobressai é o condicionalismo hoje anexado à nossa capacidade de tolerância, exigida em nome da Democracia. Ela não deveria ser abstracta nem incondicional nem condicionada pelo que de natural ela transporta para a vivência sadia numa sociedade.

A exigência da tolerância tout - court, seja ela religiosa, política ou moral, desarma, democráticamente, a oposição intransigente a manter sobre tudo o que não é respeitável. A Liberdade natural, e não de redil, que o Homem sacrificou em nome de uma vivência pacífica tem sido acicatada  à medida em que se estreita, democráticamente, claro, através de imposições legais, o normativo comportamental dos cidadãos. 
Esta tendência neo - fascista, não encontro outra qualificação, nem complexa nem redutora, tem crescido à medida em que, por outro lado, os Estados se vão  demitindo das suas responsabilidades que lhes deram origem.
Enfatizando - se o paradoxo da sua presença sufocante na vida dos cidadãos enquanto ameaça reduzir - se a um epifenómeno através das acções concertadas dos funcionários superiores das Administrações Públicas, a pergunta que se pode pôr é a seguinte -  Como é possível este acéfalo auto - canibalismo? Com que fim? Em nome de que felicidade colectiva os cidadãos o permitem?