domingo, outubro 18, 2015

BIG MISTAKE, Mr.PRESIDENT!

CARTA ABERTA

                                                           
                                                          José Eduardo dos Santos

Quando, pela Europa e U.S.A. se criticava duramente o Estado angolano, a braços com uma infindável guerra civil contra a UNITA, esperança democrática contra o marxismo do MPLA, ( Em África!!!??? Santa  e reiterada ignorância histórica... ) eu acreditava piamente que a História ( evolução bio - social ) faria o seu caminho, independentemente dos estados de alma e dos decretos piedosos das interpretações universalizadas sobre o particular circunstancial de cada processo histórico.

Desde que conseguisse pôr fim ao conflito armado Angola, seria obrigada, pelas circunstâncias que levaram à sua existência como Estado independente e pela dinâmica histórica que o seu passado colonial cavou fundo no seu psiquismo social, a abraçar, naturalmente, a Democracia e o pluralismo partidário. 
Por uma razão, que, digamos estrutural, a própria cópia das instituições que vigoram e exemplarizam em Democracias mais antigas, o seu funcionamento integral e interiorizado seria uma questão de templo até que, criada uma massa crítica apoiada numa média burguesia, que a acumulação/apropriação ( a corrupção foi e é, infelizmente, um elemento incontornável e presente em todo o processo e em todas as latitudes...) potenciaria, levaria à contemplação plena das suas virtualidades, só possível em Liberdade.
Uma das liberdades incontornáveis numa Democracia é a liberdade de expressão, o direito de debater, discutir, adversariar e contrariar, opiniões, políticas, e exigência de uma matrix ética a marcar a gestão dos recursos patrimoniais da nação, em proveito de TODOS.

Quanto mais forte fôr a resistência do MPLA e da sua presidência aos ventos da História, pior será para a nação angolana e para o seu prestígio, justamente ganho nos combates políticos que protagonizou no sentido de dar uma dimensão unitária e nacional a um povo díspare.

A Democracia, apesar dos erros que o Ocidente tem multiplicado pelo Globo, não se faz por decretos ou estados de alma. É um processo dinâmico e dialéctico que quanto maiores resistências à sua implantação mais se sedimenta nos seus dinamizadores já que veicula a mais importante aquisição da Humanidade - a Liberdade -  , um sortilégio que a torna invencível, a curto a médio ou a longo prazo.

Fora disso ou dentro disso, uma estabilidade que vai apodrecendo por dentro o dinamismo social que enforma qualquer sociedade adulta, aprisionando a liberdade de pensar de outro modo, merece ser demolida, ali, em Portugal ou em qualquer parte do Globo.
Silenciar vozes que exigem uma visão outra dos dirigentes do país sobre o País, é um tremendo erro político que o deveria remeter à história recente do seu país. Quanto mais cedo fôr corrigido, até porque é um erro estúpido, melhor, para Angola, para Democracia e ... para si.

Sem comentários: