domingo, novembro 15, 2015

SNOBEIRAS E DILETÂNCIAS

O PORTUGAL PEQUENINO e MESQUINHO

Uma das mais extraordinárias constatações que a nossa nova " crisesinha " nos trouxe ao conhecimento foi que o discurso do - NÃO HÁ ALTERNATIVA - estava já em profunda interiorização prática em paragens insuspeitadas da nossa provinciana elite, dos críticos diletantes das acções da Direita portuguesa que, também pela linguagem, tomaram de assalto o PSD, radicalizando - o, à medida em que afastava do seu convívio próximo os seus militantes sociais - democratas.

Espantosamente, toda a Oposição política vai sendo demonizada, em nome de terrores que, durante a Revolução dos Cravos, ameaçava trazer ao convivio de uma elite média - burguesa, a " ralé " da sociedade representada, nesses dias, para ela sombrias, pelo P.C.P., e pela extrema esquerda radical enquanto se radicaliza o discurso e a pose mascarados até então pelo poder de uma maioria absoluta no Parlamento.
Por outro lado, quando Henrique Monteiro, no Expresso de ontem, o faz sobre uma convergência de esquerda que se opõe à bisonha realidade em construção pelo Pensamento Único em Portugal, chocado com o que pensa(á)!!!? ser uma radicalização quando não a viu durante esses quatro anos a ser construída com diligência e cumplicidades de quem agora, cego pelo vermelho, investe, diz - nos muuuuito sobre a hipocrisia e cinismo político mascarados de temperança.

Chamar de capitulação do P.S aos resultados dos acordos possíveis que um pacto de apoio parlamentar vai sustentar em caso de um governo P.S., é, no mínimo, idiotizar todos os dirigentes desse partido a quem Portugal deve a Democracia parlamentar que hoje sustenta e permite os insultos democráticos debitados pela casta dos direitinhas videiristas que  ainda se acoitam no Poder enquanto vão criando e fortalecendo um futuro rentista em caso de retirada, junto dos grupos económicos que hoje defendem e protegem, em nome do País, claro.

A evidência de que este governo demitido não poderia continuar em funções está a ser demonstrada por estes dias na selvageria, democrática, claro, com que substituíram o desprezo pelo P.Socialista e a Esquerda em geral, com o cair da máscara fascistóide com que enfrentam com arrogância e desprezo o Parlamento, assim, como o afrontamento com o Tribunal Constitucional, então, exemplam. Os discursos, nomeadamente dos líderes da Direita, Coelho/Portas estão a ser cada vez mais perigosos, caudilhistas e alarves.

As snobeiras e diletâncias de uma classe média tropista, horrorizada com a possibilidade de convívio político e social com o estrato social donde a maioria proveio têm, nos altos cargos da República e nos Media, representantes militantes dos retratos psico - sociais de uma Direita que conseguiu demolir todos os valores com que dantes se apresentava, nomeadamente a Pátria, a Família e a Ordem. 
A outra, a intelectualizada, num país abrangentemente deseducada e mantida numa ignorância servil e conveniente, a par da miséria tida como lei natural da vida, também está a sentir como uma afronta o seu impasse tropista porquanto irá sofrer, num governo de esquerda, a pressão dos que almejam uma felicidade que aquela interiorizou como sua, em exclusividade.

Toda a gente informada sabe das desvantagens de um governo de gestão. O espantoso é ver a sua defesa, contra os interesses do país, por parte dessa Direita transmontana, passe a conotação geográfica, que põe, como sempre o tem feito, muitas vezes às escondidas é certo, os seus interesses à frente do país que, hipócritamente dizem defender.

( continuaremos... )

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