terça-feira, dezembro 15, 2015

O " CASO " SÓCRATES


                                             
                                                               JOSÉ SÓCRATES

... Tem sido, para mim, um manancial inesgotável de (re)conhecimentos de características marcantes das alienações humanísticas que, desde a década de 80, pontuam no universo " sapiens "; digo universo sapiens, porque global.

Racionaliza - se pelo absurdo como premissa e prossegue - se com a indução como método. A Lógica tornou - se perversa porque relativizada e os conceitos instrumentais porque escravas dos contextos.
Um pandemónio meta - racionalista que o niilismo narcísico tem cavado fundo na fragmentação da Verdade pelos estilhaços do espelho em que cada um se reflecte e se revê como intérprete.
Sintetizando, estamos no reino da Vox populi como referenciador, venal, porque deliberada e maliciosamente instrumentalizado e manipulado.

A defesa jurídica de ex - P.Ministro, José Sócrates, acusado, melhor, indiciado, de corrupção no exercício do seu cargo, teve, finalmente, ao fim de mais de um ano de indiciação, o acesso aos autos de investigação do Ministério Público e deparou - se com um VAZIO  acusatório pendurado em suposições e que parece exigir do indiciado a prova da sua inocência. Um absurdo, por inversão do ónus da prova, que compete, TEM de competir ao Ministério Público.
Espera que, sacudindo o edifício incriminatório  construído, escorra o mel probatório da existência de abelhas no interior transubstanciado em colmeia.

A premissa/sabichona - Quem queijo tem e cabras não tem, de algum lado lhe vem - ( acho que era assim o ditado... ) desembargada num despacho judicial, remete - nos inapelávelmente, estribados nas fugas de informação processual para títulos restritos dos Media, para os estremecimentos justiceiros que deram origem ao processo Sócrates.
É daqui, dessa indução, melhor, inferição, que todo o processo investigatório se quer basear.

Sócrates, o outro, não este, deve estar a rebolar - se de riso com a aplicação trôpega da sua logística ultrapassada.
Os factos conhecidos, que os Tavares, os Teixeiras, os Oliveiras, os Silvas e os Ferreiras conhecem e sobre os quais a sua mesquinhez e, oh céus!, a sua moral se desdobrou célere são estes.
O nosso Sócrates tem um amigo de infância que se fez empresário de sucesso que lhe permite ter uma vida generosa, de seu nome Carlos Santos Silva, que, sendo rico, o ajudou, após ter abandonado as suas funções públicas, a recompôr a sua vida, concedendo- lhe empréstimos pecuniários, ajudando a sua família e pagando  - lhe despesas durante as férias em conjunto das famílias. Dono de um andar em Paris, cedeu - lhe temporáriamente o uso e usufruto enquanto aí se encontrava no reatamento das suas aspirações académicas.
Fosse eu um milionário e faria EXACTAMENTE o que Santos Silva andou a fazer pelo amigo.
Quanto aos benefícios que, eventualmente, como quer fazer crer e não prova, a acusação popular e oficial contra o cidadão Sócrates, ainda estamos todos à espera de provas factuais.

Este caso está a demonstrar à saciedade e à sociedade como se fazem certas investigações em Portugal. Servirá de alerta e exemplo para os advogados de TODOS os cidadãos vítimas de uma Justiça que teima em sair dos carretos...

Sem comentários: