segunda-feira, dezembro 14, 2015

SINDROMA DE ESTOCOLMO?...

... OU... REPRESENTAÇÃO DO AFORISMO DE W. BRANDT?


Maria José Morgado, uma extremista activa do M.R.P.P., um dos partidos da pequena burguesia revolucionária e libertária que Abril deu à luz, hoje Procuradora - adjunta Distrital de Lisboa, passou, assim como o ex - Presidente da Comissão europeia, Barroso, e, valha a verdade, a maioria dos dirigentes da Extrema - Esquerda de então, pelas fases de amadurecimento político identificadas por Brandt, como uma peregrinação inevitável e normal no processo de crescimento de uma consciência política que a própria evolução sócio - económica normalizaria em conservadorismo.

Como polícia, nos cargos de relevo que exerceu e exerce na Magistratura nacional, tem sido dos mais acutilantes perseguidores dos pecadores da República, nomeadamente dos chamados crimes de colarinho branco e, pela exigência sistemática, junto dos Poderes decisórios, dada a eternidade do processamento das investigações que a incompetência e , principalmente, a falta de meios, de uma política mais assertiva contra uma criminalidade cada vez mais sofisticada. 

Na sua crónica no último " Expresso " a que chamou - O efeito da toupeira do Chiado - vergasta os idiotas úteis, como eu, por exemplo, que escudados num conceito de Liberdade que dá primazia aos Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos da República, apontou armas às condenações feitas às arbitrariedades que as escutas aos cidadãos prefiguram, para os ingénuos, um abuso a que nenhum elemento do circulo próximo ou afastado do escutado escapa, para ela um método de obtenção de provas sem o qual nenhuma polícia pode funcionar.

Eu não sei se a criminalidade organizada, ou não, escuta a Polícia mas quero crer que a vigilância seja mútua. No fim de contas, justifica - se, em nome da eficácia dum e doutro lado essa vigilância.
Acontece que a criminalidade conhece a Polícia, identificável, como a Procuradora ou o Juíz Carlos Alexandre e eventualmente os polícias do bairro.
Para a Polìcia, por seu lado, TODO o cidadão é eventualmente um criminoso que deve ser escrutinado e, como os meios rareiam, ESCUTA - SE. Mais, escutam - se os vizinhos, os amigos e a famíla e, como a realidade dos últimos anos provam, o resultados dessas diligências acabam plasmados nos MEDIA.

Correndo o risco de não só ser escutado e passar por um idiota útil para os criminosos, ou daquele que " vive no pavor de ser apanhado em alguma imprevidência... " e daí as minhas reservas, uma idiotice, claro, essa de ver a vida pessoal devassada por gente sobre a qual se desconhece, de todo, o perfil moral e capacidade de julgamento, no mínimo interpretativo, que poderia exemplar um tipo de relação de confiança da e sobre os meios utilizados pela Justiça, diria que a perspectiva da Polícia, sendo global e cega, consegue assustar - me tanto, porque concreta e definida, como o Terror alarve e caótico. 

TODOS os casos mediáticos que se deram à luz nos últimos anos viram transcritos para o público os " segredos de Justiça ". E, até hoje, ninguém tem conhecimento das investigações que a divulgação desses segredos de justiça exige, como crimes que são. Alguém, porventura, foi julgado e condenado?
De duas uma - ou, por incompetência, não foi possível descobrir, DENTRO DE CASA, o culpado ou... a direcção e o alcance desejados dessas fugas de informação foram... um método adoptado, que, mutatis mutandis, ainda acompanhando o efeito toupeira, na citação de Kundera em que  " a polícia gravava as conversas dos adversários do regime e depois divulgava - as pela rádio para os aniquilar ", tornaram mais difícil a confiança dos idiotas úteis na visão simplificada e redutora que a uma percepção de Segurança, e como no FASCISMO, sacrifica o que eles defendem - OS DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS dos cidadãos.

P.S. Hoje , dia 17/12, " alertado ", sinto - me na obrigação de transparência. EU SEI o significado da expressão que deu título a este post e parto do princípio de que os leitores conhecem o passado político da procuradora, a quem, só se fosse estúpido, e não o sou, não quero de modo nenhum diminuir... A analogia pareceria, mesmo assim, deslocada, mas o seu sentido é o de uma análise política.
Quanto à invenção do aforismo de Brandt, c'est une blague, um neologismo, esse sim abusivo,  de autor. E remeto - vos a R.Carnap...

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