sexta-feira, janeiro 27, 2017

ZEITGEIST


DA MELANCÓLICA BANALIDADE DA HISTÓRIA,...

...que me perdoe Heidegger, irrompe, de quando em vez, seres " auto-iluminados", que da sua marcha telúrica e caótica, almejam dar - lhe um sentido, uma ordem, que lhe devolva a originalidade impressa e perdida no tempo - uma determinação fatalista -.
O século XXI borbulha, desde o seu alvorecer, com o aparecimento dessas missões " históricas ". Pelo Ocidente, Ásia Média e Extremo Oriente, a busca de uma grandeza perdida, que tanto poderá ser uma capacidade de domínio como de uma ordem interna fragmentada por valores alienígenas ,veiculadas pelo grande Satã - a Globalização - na desoneração de uma realidade sentida como ultrajada pelo Outro, tem sido o rosto político das nações.

Trump, Putin, Erdogan, Duterte, Le Pen, em modo hard, Schauble ( ou deveria dizer Merkel? ), May, Xi Jinping,  e outras personagens menores, em modo soft, popularizam, cada um a seu modo o estupor pela " repentina "mudança, como protagonistas activos e passivos desse turmoil contemporâneo que ameaça ser a revolução populista, o advento das massas como definidoras incontroláveis de mudanças radicais.
O " acontecimento " de Arendt prova - nos que não houve História Acabada, como a pesporrência liberal e regimental havia proclamado. O Futuro está aí, aberto, como sempre esteve, não como um desígneo vectorial, mas como uma multitude de experiências, a renovar, a bloquear, a acarinhar ou a destruir, tanto em regime(s) democrático(s) como fora dele.

Chegámos aqui pela Ignorância, pela negligência e pelo adormecimento sobre o adquirido como meta atingida. Essa desatenção trouxe - nos Trump, como noutras desatenções nos trouxe seres da mesma espécie. 
A dramatização dessa " decadência ", e tiro aspas, dos ideais da Democracia que uma elite soporífera, decadente e venal no remanso do bem - estar adquirido, não soube ou não quis preservar a não ser no seu formalismo legalista que não no da decência, nunca será, hoje, suficiente para atalhar o mal que a sementeira educativa deprimente e amoral do regime espalhou. Os frutos já estão maduros e só uma nova colheita redentora parará a disseminação da barbárie.
Lançar as bases da resistência será vital.
Esse bloqueamento caberá, necessáriamente à Educação, filosófica, política e ... ética.
Essa será, de novo, a obrigação da Elite, como sempre foi e será, que não a demissão conformista e pantufeira e o derrotismo.
O caminho, esse será sempre o da Liberdade e será o testamento, malgré Arendt, às gerações futuras; não a náusea, mas o combate.

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