domingo, dezembro 03, 2017

D' OS MAIS VELHOS

ANGOLA E...

... PINTO DE ANDRADE

Maria Aparecida do Nascimento Dias da Universidade Estadual de Paraíba, num ensaio suscitado por uma crónica de Mia Couto sobre um olhar africano do passado e de hoje sobre " os mais velhos ", referencia - nos, com um provérbio africano do poeta maliano Amadou Hampaté - Bâ - Quando morre um africano idoso é como se se queimasse uma biblioteca - , um ponto de partida sobre a agonia inexorável das tradições, de todas as tradições.

Isso é o que nos deveria dizer a Tradição de uma África intemporal, num tempo em que o conhecimento passava de boca - em - boca em todos os estádios da evolução do Homem, até à descoberta da Imprensa como veículo de divulgação globalizada do saber.
Até então, no isolamento das comunidades do humano, o saber repousava na experiência e na experimentação do real transmitida de geração a geração aos vindouros, sedimentando a memória colectiva nos " mais velhos ", nos mais sábios, que muito viram, muito sentiram, muito se espantaram.
Esse papel de autoridade e prudência para com a volatibilidade do real humanizado foi, tem sido, devastado, naturalmente, pela rapidez exponencial da divulgação do saber(!!??), sem intermediação da sagesse dos observadores da História.

Veio - me à memória essa leitura do papel dos idosos ao ler a entrevista de Vicente Pinto de Andrade ao semanário angolano Vanguarda sobre os ventos de mudança que atravessam esse fabuloso país do futuro.
Pinto de Andrade, combatente anti - colonial a que acresce uma serenidade do vitorioso na justa luta que travou, é um professor e professou sabedoria.

Saibam os jovens angolanos estar atentos não só ao barulho da " borrasca " mas também às palavras e ensinamentos dos " mais velhos " e daí tirar lições para o futuro.
Pinto de Andrade esteve à altura do seu tempo e a sua fé na jovem geração angolana não merece desilusão.

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