domingo, outubro 21, 2018

VIDAL, a entrevista (2)

AINDA A PRETEXTO...

O caso Marquês, pela abrangência real sobre uma realidade, essa não intuída mas efectiva que continha os pressupostos de malévolas ligações entre a Política,o sistema financeiro e económico, foi o coroamento, pelas personalidades envolvidas, um ex - Primeiro Ministro e a cabeça do maior banco português, o BES, da investida de uma Justiça descredibilizada aos olhos dos cidadãos.

Paralelamente e em nome de uma imparcialidade manhosa foi - se experimentando, testando, junto de personalidades menores do universo político da Direita e da Esquerda a reacção popular à abertura de investigações criminais aos grandes. Do peixe -miúdo, da pequena corrupção ao upgrade qualitativo foi um sopro A cumplicidade com franjas mediáticas, testadas, sopesadas na sua eficácia e finalmente alargadas numa agenda dirigida e fácilmente identificável nos seus contornos ideológicos não incomodou o protagonismo há tanto ansiado.

A substituição estratégica e táctica na compreensão pela Política do alastramento da impunidade de certos actores políticos e económico/financeiros do país configura - se na figura da Procuradoria-Geral onde pontua Marques Vidal e no TICÃO ( Tribunal Central de Investigação Criminal ) onde o juíz de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, assume uma cumplicidade activa e efectiva com o Procurador Rosário Teixeira no mega-processo que envolverá, segundo a acusação, a cumplicidade corruptora entre Ricardo Salgado, o CEO do BES e o ex-Primeiro Ministro Português, o socialista José Sócrates, a par de outros intervenientes arrolados.




                                                                     Carlos Alexandre

A singularidade das posições de um organismo judicial, o TICÃO, cuja acção deveria ser neutra e imparcial na apreciação dos passos da investigação, revelou - se como uma afronta aos arguidos, dada a sua denunciada manifesta cumplicidade com a Procuradoria, em cuja acção declarada de hostilidade pretenderia, à luz das queixas de preterição que um sorteio judicial fundamentou e sobre o qual lançou suspeitas de manipulação, continuar na avaliação bizarra, no mínimo, do próprio trabalho de avaliação das provas antes de serem remetidas a um eventual julgamento dos acusados.

Tenho por mim o desconhecimento das idiossincracias político/partidárias que enformam a maioria dos agentes do Ministerio Público e mesmo da ex-Procuradora Geral,  da actual Procuradora e do Juíz C.Alexandre, mas que os sinais de uma presumível agenda política no seu trabalho começam a ficar expostos e vão - se tornando uma realidade incontornável à vista de toda a gente.

Sem comentários: