domingo, janeiro 27, 2019

JAMAICA, PORTUGAL...

                                   
                                                                Bairro da Jamaica
... UM SINTOMA (?)...

... analisado, como diz Bruno V. Amaral, no Expresso de sábado, em pormenores de bosta.

Está lá tudo, o retrato cru da razão por que a desigualdade social em Portugal mais desigual se torna e se impõe, com todas as suas consequências, quando as suas vítimas são os habitantes da exclusão das JAMAICAS do país.
E quando a essa condição, mais adivinhada que pressentida se acresce, fundo, o preconceito social e... rácico, o sintoma é já uma ocorrência que a repetição fundamenta, nos pressupostos e contornos a ela associada.

Portugal nunca foi um país generalizadamente racista até pelo desconhecimento que do OUTRO lhe chegava, num país isolado por uma ditadura provinciana e medíocre.
No Portugal pós - colonial raras foram as perseguições a portugueses de outras raças; curiosidade, aproximação e esvaziamento dos produtos da lavagem cerebral imperial e mais tarde, fascista, que sobre si e sobre o Outro lhe foi imposto. Foi a época do Portugal de Abril.
O atraso, cultural, económico e social obrigava a a uma aprendizagem comum que a Democracia apadrinhava.

Quase 45 anos passados, o auto- convencimento da existência de algum fundo de verdade no lixo então deitado fora proporciona, a par da reformulação, da reciclagem de um imaginário nunca desaparecido, quiçá amestrado,civilizado, democratizado, mas... ainda aí... modificável e ajustável a determinadas condições históricas, jamaicadas em Portugal. Transformar esse estar, essa linguagem individualizada no sentir da comunidade seria o percurso natural do advento populista xenófobo.
Já funcionou no Brasil e noutras paragens.

A infiltração ( não será instrumental, por ora... ) nas Forças de Segurança, na Magistratura, nos MEDIA e nos partidos democráticos pela extrema - direita fascista, racista, xenófoba e reaccionária, está a acontecer, assim como a radicalização oportunista de posições políticas em partidos nascentes e jazentes.  

Pior que o racismo rácico é o racismo social, que penso estar na origem e transporte de todas as fobias do Preconceito. O " racismo " dos inferiorizados, muitas vezes como mecanismo de compensação psicológica, pela sua natureza reactiva, se não tem a mesma raíz e natureza do outro, do militante, tende, se as condições objectivas de manutenção do statu quo persistirem a mudar de natureza na sua expressão.      

Do que se ouviu nos MEDIA, no rescaldo dos últimos acontecimentos, por este cabo-verdiano que não habita bairros periféricos e que hoje não lhes conhece as dificuldades mas reconhece - as, foi, salvo raras excepções e aqui aponto o EIXO DO MAL da SicNotícias com excepcional relevância, IMBECILIZANTE.

É QUE NÃO FALARAM DE DETALHES DE BOSTA...                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

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