segunda-feira, março 04, 2019

CAÇA AOS BRUXOS E... BRUXAS?


SOU CONTRA A VIOLÊNCIA...
mas sei que posso praticá - la, sem me sentir solidário com ela.


O Juíz Neto de Moura, que não conheço, a não ser através de críticas opiniões alheias e as minhas, naturalmente, tem, sobre algumas matérias dadas ao conhecimento público últimamente através de acórdãos a sustentar deliberações sobre alguns julgamentos de casos que lhe foram parar às mãos,
juízos fortes  que têm abalado o ar dos tempos tendencialmente imbecilizantes do Ocidente.

Tem sobre o adultério, feminino para o caso, uma repulsa identificável nas citações e atenuações com que contempla o seu jurídico julgamento sobre essa matéria, suscitando para o exterior uma " pretensa " solidariedade e compreensão pelo agressor contundente, o masculino, contra o feminino vitimizado.
Quero crer que essa solidariedade seja alimentada, não na sua componente violenta, naturalmente, pela maioria esmagadora dos homens para com os machos traídos e não acredito que nenhuma mudança substantiva tenha ainda ocorrido ao nível do imaginário masculino que à hipocrisia dominante não renegue tal facto.
Não creio que o linchamento público que sobre as suas idiossincracias conjugais tem sido vítima seja a raiz mobilizadora de tanto ecumenismo.

Todo o julgamento, institucional ou não, feito pelo humano, por qualquer juíz, sobre o que quer que seja, arrasta consigo toda a história do julgador, TODA.
Haverá juízes reaccionários, esquerdistas, liberais e fascistas. Haverá juízes pederastas, pedófilos, gays, transgéneros e... viris. Haverá juízes racistas, fundamentalistas, homofóbicos e anti-feministas. E haverá juízes racionais, humanistas e técnicamente competentes para a função. De outros tipos, na diversidade dos perfis humanos, acrescente o leitor.

A atribuição de processos judiciais e julgamentos obrigaria, face à exigências da urbe (qual?) , a um pré - julgamento de cada juíz antes da atribuição ajuízada não vá acontecer a condenação por violências psicológicas sobre o masculino, menos contundente e mediático, talvez, mas eventualmente brutal para a vítima, entre outras singularidades como pederastas a julgar pederastas, juízas pró - vida a condenar abortos para lá dos prazos legais, enfim, imagine...

Voltando ao caso em análise, foi o ataque mais cerrado que até hoje me foi dado a contemplar sobre um juíz pelas suas opiniões fora - de  - época expressas públicamente.
Podemos, SEMPRE, em Democracia, sem correr riscos visíveis, ajuízar e tecer opiniões sobre TUDO E MAIS ALGUMA COISA e vergastar públicamente, moral e racionalmente tudo o que conflitua com os nossos " adquiridos " culturais.Um privilégio que, em nome da liberdade de expressão, se excede com frequência em insultos vexatórios na opinião dos visados.

Chegados aqui, só os tribunais, se se chegar aí, decidirão.

Por mim, estou curioso sobre os acórdãos que irão dar à luz e a previsível histeria mediática até lá.

"Dissimular e monopolizar a agressão sob pretexto de refrear a violência é provocar e justificar a violência " - Hacker 

E ela tem muitas faces...

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