domingo, julho 21, 2019

BONIFACIEMOS, POIS ENTÃO...

SOBERANIEMOS...

" A guerra dos sujeitos ( exóticos ou não..., a lavra é bonifácia...) que fazem do Outro, adversário ou coisa, o objecto,produz o pano de fundo da objectividade polémica das disciplinas « científicas » e racionalistas. A coisa que se opõe a mim torna - se objecto.Todo o objecto - se o tomarmos em si - é um rebelde em potência, um contra -eu ou um meio no combate contra mim, tal como eu, rebelde ao que me sujeita e apenas a esse título ( ao que faz de mim um « sujeitado » ), me tornei o sujeito no sentido filosófico do termo.... " - Peter Sloterdijk, Crítica da Razão Cínica

A arrogância, vá lá, chamemos- lhe intelectual para lhe aumentar a abrangência cognitiva desmerecida, posiciona - se como uma capacidade de lidar com a própria ignorância pela possibilidade de a suprir por uma singularidade adstrita que, vulgarizemos, se chama curiosidade intelectual.
Em casos extremos, recusa - se ao resto da espécie o que a definiria como tal - a Racionalidade.

Num post, já antigo e curiosamente dos mais solicitados deste pouco popular escriba, sobre a etnofilosofia, já entrevia a aberração do conceito que teria, tem, nos seus pressupostos, uma gradação elitista que separaria, separa, a Grande Filosofia, entornada pelas divulgações imperialistas, profanas ou religiosas, categorizadas pela escrita e a chamada etnofilosofia, apreendida como cogitações melancólicas do barbarismo.

A universalidade do espanto existencial do sapiens do antanho e do contemporâneo ajusta - se, comparativamente, ao mundo conhecido e à informação recolhida, mais nada as distingue, conceptualmente, espiritualmente. Continuamos, civilizadamente, brutos e racionalmente pragmáticos na nossa condição de sobreviventes numa natureza adversa e desafiadora.

As bonifacidades, dadas à costa durante o meu retiro por terras algarvias, apanhou -me em cogitações melancólicas sobre a pouca expressão substantiva da soberania muçulmana em terras lusas para além da toponímia, em comparação com a Espanha, e despertaram neste... sujeito, de pai caucasiano, mãe mestiça de pai caucasiano, avó mestiça e bisavó negróide, um chamamento exótico/racial , que apaziguasse, debalde, a minha (in)definição identitária.

O cansaço que a banalidade narrativa desta demanda, no século XXI, sobre a raça, o racismo, a inveja peniana, a ameaça do forasteiro, fastasmagorias do macho colonialista em pleno apoderamento feminista aconselhou -me, resumidamente, a neanthertalizar sobre o assunto - A Bonifácio que vá à merda!

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