Como caboverdiano que manteve a nacionalidade portuguesa, sem crises identitárias de nenhum tipo e que sempre se viu e se sentiu na sua inteireza de homem livre, responsável, solidário e defensor dos direitos humanos, não posso, já contextualizado, deixar de aplaudir o brilhante texto de D.Oliveira no Expresso último sob o título - Demasiado pessoal - .
Pouco há a acrescentar ou mesmo sublinhar, na sua interpretação política, que faço minha, do posicionamento da deputada guineense eleita pelo Livre, Joacine Katar - Moreira, para a Assembleia da República Portuguesa, que tanta celeuma tem levantado, ao contráriade outras duas deputadas luso-africanas eleitas por outros partidos.
" Portugal está a evoluir ". atirou - me um irmão caboverdiano, quando lhe referi a singularidade da eleição de três deputadas negras para o Parlamento português. Que não, que Portugal não é um país racista, que tinha sido uma questão de mérito, de militância cívica e que as quotas não chegavam para explicar tudo.
Voltando ao assunto do texto de D.Oliveira, ( a propósito, lembram - se do nome das outras duas deputadas aqui referidas? ) ninguém esperará, contudo, nem o autor citado o fez, que as questões de género, orientação sexual e étnicas não façam parte do pacote reinvindicativo da abordagem política da deputada em questão. O problema estará na ancoragem de uma história pessoal suscitadora empática de pertença como volição orientadora da praxis política, onde a biografização (cito) se incluirá no discurso como mais - valia de competência e não, paradoxalmente, de vitimização, como foi e bem, referido.
Consequências? Ataques pessoalizados, como se esperariam.
A Política exige mais,evidentemente. Saiba Katar - Moreira encontrar esse caminho
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