segunda-feira, setembro 14, 2020

PRESIDENCIAIS

BARALHAR O JOGO?

Daniel Oliveira congratulou - se, e eu também, com a candidatura da socialista Ana Gomes à presidência da República portuguesa, cargo hoje ocupado pelo político conservador de Direita, Marcelo Rebelo de Sousa.
Conhecidas já as palavras do primeiro - ministro António Costa, secretário - Geral do P.Socialista, rendido já à evidência da vitória do actual presidente à reeleição, sem lhe mencionar um apoio explícito, urgiu - se conhecer pelos militantes socialistas qual seria o candidato do partido a apresentar - se às eleições, cumprindo uma " burocracia " partidária de sempre. Debalde...
... pelo que Ana Gomes, farta de esperar pela definição oficial, lançou a sua candidatura pelos militantes não seduzidos pela hipótese não - hostilizada de Marcelo.

Baralhou o jogo? Pelo contrário e Costa agradece.

Quando é que o interesse individual passa a ser colectivo, logo, político? E quando é que o interesse político se torna individual, logo, pessoal?
Fácil seria, como o fez D. Oliveira no Expresso de 12/9, classificar como interesse individual, o silêncio tácito, táctico, POLÍTICO, essencialmente político, de A. Costa face às presidenciais, ao ter esvaziado o conteúdo ideológico que Marcelo eventualmente pudesse exercitar no segundo mandato.

Por outro lado, mutatis mutandis, poder - se - ia assacar a Ana Gomes um impulso " meramente " pessoal, individual, numa disputa já decidida pelos portugueses. Seria injusto, naturalmente,mas a agenda eleitoral de Ana Gomes e do candidato do Chega acabam por se tocar na de Marcelo em zonas intratáveis, cujas definições fazem parte já do imaginário português - Liberdade e Democracia.
Diferentes, pela clareza estampada, serão as posições do candidato do PCP, João Ferreira e do Bloco, MarizaMatias, políticamente ideologizadas e marcadamente programáticas.

Baralhou o jogo? Não o creio, tornou - o mais transparente.

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