quarta-feira, janeiro 02, 2008

DIREITOS HUMANOS, PETRÓLEO, GÁS NATURAL, MERCADO...

Confesso que de vez em quando tento pôr - me no lugar de um governante quando uma decisão sua é alvo de contestação e tentar perceber as motivações e os fundamentos da dita.
O que é que esteve em consideração de tão importante que a decisão que todo o politico gostaria de tomar - a popular- tivesse sido preterida a favor da real -politik?

Vejamos o cenário que por exemplo enfrentam os líderes europeus - Exaurida de recursos naturais e energéticos a Europa tem de se virar para os países que os possuem e comercializam.
Ciosa da sua herança civilizacional, os direitos - humanos ou a ideia do que deveriam ser, são brandidos pelos seus cidadãos mais atentos, quando não pelo próprio governante, quando noutras paragens morrem sem ser em guerras declaradas ( isso é outro assunto, dirão os cínicos ) milhares de inocentes.

Por ironia do destino, os recursos energéticos de que a Europa NÂO PODE DISPENSAR sob o risco de colapso encontram- se nessas paragens tão falhas da prática e respeito dos direitos humanos -a Rússia, a Arábia Saudita,a Líbia, o Irão, o Cazaquistão, o Sudão, Angola. Como não negociar com eles?

Alternativas? Claro que existem. Existem sempre desde que se tenham posses para as aplicar.
Enterram-se as linhas de A.T. e pagamos mais 40% sobre o custo da electricidade. Enchemos as montanhas do País com as torres eólicas e corremos com uma das maiores fontes do rendimento do País - o turismo.Façamos viaturas movidas a electricidade ao mesmo tempo que pomos 4/5 do país a andar em carroças e teremos um espaço limpo de poluição.
Entretanto... o que fazer com os milhares de cidadãos que vivem da indústria automóvel? pormenores...

Salvaguardados os nossos escrupulos de negociar com democracias imperfeitas e com algumas ditaduras entraremos numa era beatífica de regressão mas orgulhosos da nossa coerência.

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