segunda-feira, março 02, 2009

CERCO MORALISTA!!!!?

Henrique Raposo, cronista do Expresso tem - nos habituado a uma prosa " fracturante " e proclamatória onde a par de " verdades " evidentes mistura especulações /desejos na mesma conclusão rebarbativa e mistificadora com que, definitivo, pontua. Dizer, como o fez no último Expresso de 28/2 que o Estado de Direito é uma ficção é mera taulologia que o próprio conceito jurídico de Estado acumula.

Todo o Estado é uma construção com as fronteiras definidas ou a definir. A não ser assim, a sua base que é o Direito se finaria em legislação acabada.
A procura da conjugação dessa " virtualidade " legal com a realidade, com as dificuldades que ela apresenta " ficciona " o Estado como uma meta nunca tangível e que se vai modificando com a volubilidade do real.

Por outro lado, quando diz que " Portugal só aquece políticamente para discutir a esfera íntima do sujeito privado " leva - me a pensar quais serão as fontes do cronista na análise da realidade política portuguesa.

Cerco Moralista!!!? Um exagero evidente! Portugal ri - se do atrapalhamento da PSP que não conhece a " Origem do mundo " em vez de a deplorar e está -se marimbando para os casamentos gay e o seu universo desde que não o toque de perto.

É um facto ( peço desculpa de continuar, mas acontece que AGORA não tenho nada de importante a fazer ) que a " esfera pública " se desvanece nas sociedades narcísicas que o consumo alimenta ajudado pelo péssimo jornalismo, contaminado pela Televisão , que se alastra pelo Globo, não só pela incultura, desinformação, irresponsabilidade politica e social com que as escolas de Comunicação Social lobotomizam os seus estudantes, malévolamente industriados pela cartilha politica dos seus mestres, mas também pelo desprezo com que a OBJECTIVIDADE, produto a alcançar teóricamente pelo raciocínio é tratada.

Por outro lado, dividir Portugal entre a Esquerda anti - clerical e a Direita conservadora dá vontade de rir.
É que ele há fascínios que por vezes as últimas leituras explicam.
A sociedade sem adjectivos é, DEFINITIVAMENTE uma sociedade imoral. A amoralidade é um conceito vazio entre os humanos. É, isso sim, uma ficção.

A escrita, citada, de Ruben Fonseca em " Ela e outras mulheres ", a julgar pela narrativa exemplificada por H. Raposo, só pode ser classificada de imoral. A Moral nunca foi nem será unipessoal. Ela é universal no, passe a redundância, universo em que se exerce a sua essência, na cultura que a criou.
No Ocidente, por mais que sub- homens exerçam a tortura sobre o seu semelhante ela nunca será amoral. Será sempre abjecta, como abjecto o espirito que sem a adjectivar a branqueia sob o nome de ARTE, interesses do Estado e liberdade sadomasoquista.
É que a Arte só é capaz de ser expressa por espíritos nobres, adjectivantes e positivos. Ela só pode engrandecer - nos, como manifestação superior da criatividade e liberdades humanas.

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