segunda-feira, agosto 31, 2015

ELEIÇÕES PORTUGUESAS


                                                        JERÓNIMO DE SOUSA

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

O secretário - geral do P.C.P. protagonizou, pelo alcance das suas declarações, inéditas, de disponibilidade do partido que lidera a constituir - se como parceiro em soluções governativas, um dos factos políticos mais relevantes da semana, em Portugal.

No panorama pré - eleitoral para as eleições legislativas, após um dos períodos mais cinzentos e penalizador da governação da Direita, pressupõe - se ( Quem, sinceramente,além dos Media?... e do inefável Presidente da República? ) que o maior partido da oposição, o P.Socialista, não vai conseguir obter do eleitorado uma maioria absoluta no Parlamento.
Põe - se, no desenvolvimento dessas premissas, a necessidade (!!!!???? ) de acordos e negociações, no sentido de estabelecer um apoio maioritário de governação na Assembleia da República, mesmo que NADA na Constituição Portuguesa obrigue a esse desiderato sibilinamente enfatizado de que não será possível a um governo sem maioria absoluta, governar. 
Percebe -  se a intenção e o alcance dos sucessivos apelos ameaçadores de Cavaco Silva, no sentido da estabilização dos ganhos que a Direita, a reboque da famigerada Austeridade, tem cavalgado, entretanto....
Contrariar o Centrão proposto É uma obrigação da Esquerda portuguesa, no sentido de fornecer ao P.S. uma abertura negocial que leve, estratégicamente, com cedências pragmáticas, a um longo afastamento da Direita do poder em Portugal.
António Costa, o líder do P.S. deu já um sinal claro ao afastar, como " um conto marciano " a possibilidade de se comprometer com a Coligação de Direita. 
Terá sido a leitura política dessa proclamação que levou o P.C.P. a se disponibilizar para soluções governativas?

Que a arrogância ideológica de soluções políticas irrealistas no quadro da realidade política, social e eleitoral do País não sustente nenhum tipo de coerência histórica que a própria História demoliu, entretanto, na linha da evolução das sociedades, é o  que se espera da ESQUERDA. 
A  " indispensabilidade " clamada por Jerónimo de Sousa, do P.C.P.  na governação do País é um dos mitos que a história portuguesa pós - Abril testemunha. O abandono programático dessa rigidez seria, também ele um passo de gigante e o País agradece.

Sem comentários: