segunda-feira, setembro 14, 2015

UM SOPRO DE ESQUERDA


                                                               JEREMY CORBYN

THE TIMES THEY ARE A CHANGIN...

A Direita no U.K., ou em qualquer outra parte da U.E. não se coíbe, na defesa dos seus interesses de classe ( Marx continua actual... ), de usar todas as suas armas, que a narrativa construída nas últimas décadas sobre uma História que se quer cristalizada em torno dos seus valores lhe permitiu, até então mantê - los a bom recato.
O medo, acoplado a ameaças escancaradas ( pudera..., o poder económico e financeiro está nas suas mãos... ) de retaliação essencia, hoje, o cerne do seu discurso político contra as mudanças.

Acontece que a Esquerda, que aos poucos vai abandonando o nonsense ideológico da Terceira Via que manietou por muito tempo o discurso democrático alternativo na área socialista já começa a respirar e a dar - se conta da armadilha que o civilizado e consternado silêncio pós - queda do Muro a conduziu.
Entretanto, a Direita foi criando, nas Academias e nas escolas de Gestão toda uma casta de cidadãos ideológicamente inicipientes, burocratizados, intelectual e moralmente assépticos. No fim de contas, o Capitalismo é amoral, o seu referencial ético é o  Mercado e o seu objectivo conduz - se pela futurologia que os números e as equações ditam.
Em qualquer governo em que esta idiossincracia esteja sustentada, o cidadão faz parte dos algoritmos matemáticos que potenciam o Lucro como... cifra e pouco mais.

Blair no U.K e hoje Hollande em França, como os seus antecessores, em Portugal, Espanha, Grécia, etc, enterrou a luta de classes, escudado na transformação produtiva e ligeiro aumento da capacidade consumista da Esquerda, aburguesando a sua capacidade reivindicativa e de luta esclarecida.

Corbyn, a victória de Corbyn no Labour, até então na posse dos Blairistas e socialistas envergonhados, representa um sopro importante no despertar de uma consciência que tem estado adormecida pelos cantos de sereia dos Conservadores de Direita de todas as paragens.
Considerar Corbyn " uma ameaça à segurança nacional " como Cameron o faz, parte de uma estratégia que já tem dado frutos, com outras formulações menos insultuosas, durante todo este tempo de domínio do Pensamento Único na U.E., com transgenias espalhadas pelo Globo.
A clareza com que Corbyn abraça o combate encontrou eco num partido que já, como os seus homónimos europeus, não se reconhecia, de todo, e vai - lhe dar um ânimo acrescido para os combates que se avizinham, em nome de uma sociedade mais decente.

Sem comentários: