terça-feira, fevereiro 02, 2016

CONTABILIDADE ou POLÍTICA

SOBERANIA ou REALPOLITIK?

Dir - me - ão que essa é uma falsa questão, melhor, uma falsa alternância que é negada pelos conceitos eux - mêmes.

Vejamos: Portugal esteve,  durante quatro anos sobre resgate financeiro por parte da Comissão Europeia, do FMI e do BCE, portanto, credor dessas Instituições. As condições do resgate impunham decisões políticas de extrema dureza para o país.
 Apesar de uma canina subserviência do governo anterior no cumprimento sobrelevado dos ditâmes da troyka, nada de substancial mudou, a não ser o quase desaparecimento da classe média, um aumento brutal dos impostos, uma emigração forçada de milhares de jovens cidadãos qualificados,  que uma economia debilitada exponenciou, que o Primeiro - ministro de então, Passos Coelho, apontou como uma oportunidade. A qualidade de TODOS os serviços do Estado piorou dramáticamente ao mesmo tempo que as relações de trabalho iam sendo dinamitadas pela ganância burrocrática e o país foi vendido, acéfalamente, ao retalho. Uma estupidez política que só os seus projectistas e os seus acólitos, embrenhados nas folhas de Excel e na segurança de quem se foi enchendo com a dívida soberana, poderia ser considerado um sucesso.

No entanto, débeis lamentos por parte da Troyka, findo que foi o período do desfalque nacional, fizeram - se ouvir em lágrimas de crocodilo. Tinha sido, também, um fracasso sócio-político e... não se fala mais nisso.

Hoje, a Política está a fazer- se lá fora, outra vez, nos corredores e nos salões onde se cozinhou a alarvidade contabiloburocrática que arruinou Portugal. Correm negociações entre a Política, representada pelo governo socialista no poder e o Conselho Europeu. Aparentemente, pelo que se vai sabendo das declarações da Burrocracia, nenhuma lição se tirou da experiência passada por parte dela, zero. A cassete é a mesma - É preciso cumprir as regras - Não há alternativa - .

À primeira vista, supõe - se que é o draft, o esboço do Orçamento do Estado que está em discussão ( convém não esquecer que um Orçamento de Estado é um programa político, que define uma orientação política que não contabilístico, sendo esta vertente um indicador projectivo...), quando, na verdade, se pretende, através de imposições financeiras que uma maioria conjuntural de Direita que hoje detém o poder de decisão na U.E. a conjugação de TODOS os programas políticos nacionais no mesmo modo - o definido pelo Pensamento Único, conservador e reaccionário.

( a seguir...)

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