A PALAVRA E O ACTO
TRUMP não terá escrito este discurso " conciliatório " que, a não ser pela permanência de Guantánamo, poderia ter sido verbalizado por qualquer outro presidente republicano que não ele.
O apelo ao melhor dos americanos foca - se essencialmente na captura da sua capacidade empreendedora - cada um por si - e no seu individualismo, liberto de considerações subsidiárias de alcance social.
Ao isolamento que a crença na exploração nacional dos recursos naturais inesgotáveis do país acarinha, cola - se a retórica do desequilíbrio comercial com a Europa e com a China, hoje rivais imbatíveis no contexto das nações, enquanto lança um manto de silêncio sobre a Rússia.
Face ao rearranjo das alianças estratégicas da Rússia no Oriente - Médio, Trump acredita na utopia de conciliar o REINO com Israel, desprezando o contributo vital da Turquia na NATO, que farto de esperar pela UE, amiga - se com Putin e ... aniquila o DAESH, uma lança sunita contra o IRÃO e os xiitas do Iraque, financiado pela Arábia Saudita.
Entretanto, enquanto o mundo pós-trumpista se organiza, face à deserção, Trump brinca aos cowboys com KIM e, felizmente, sem o querer e sem dar por isso levará à paz entre os coreanos e o apoio decisivo da China pelo reforço militar e económico daquela zona do Pacífico a que pouco faltará a adesão do único aliado de peso dos USA na região, o Japão.
Voltando ao Estado da União, dividida entre os urbanos e os rednecks, as Corporações e a ausência de representações do mundo do trabalho, entre os progressistas e os reaccionários, uma proeza de monta caucionada pelo actual presidente, que pura e simplesmente leu o discurso conciliador, tácticamente elaborado por quem ainda tem esperança de conter a prodigalidade néscia do seu patrão.
A União não está bem e não se recomenda.
Sem comentários:
Enviar um comentário