segunda-feira, março 12, 2018

MAL ENTENDIDOS...

... OU " SUBTILEZAS " POLÍTICAS?

Diz - nos o Expresso que... " Nas audiências com os partidos, o Presidente da República admitiu ainda que se o Estado voltasse a falhar aos cidadãos, não poderia segurar o Governo ".

O que é que isto quer dizer? De quem é a perspectiva errónea sobre a vigência deste Governo? Dos Media, cujas fontes desconhecemos ou do próprio Presidente?
Que saibamos, em Portugal, os governos são apoiados ou não pela Assembleia da República e só em circunstâncias excepcionais de degradação democrática podem ser obrigados a demitir - se na sequência da dissolução desta, prerrogativa do presidente da República. 
Ora, no Portugal de hoje, exerce - se uma visão política de Esquerda, que em contraponto com o governo liberal -  conservador anterior, da área política do actual presidente da República tem, não só o apoio maioritário dos deputados na Assembleia como na população portuguesa, à vista dos resultados da governação e em sucessivas sondagens de opinião pública.

A acrescentar a isso temos a rendição da U.E., do FMI, das agências de rating, à eficácia da solução governativa, que dantes deploraram.

E... o que é isto de " falhar aos cidadãos ? "  Em Democracia os governos falham aos cidadãos, porque os políticos erram na exacta medida da frustração das minorias ou maiorias falhadas. No falhanço aos cidadãos se radica a essência da alternância democrática e na volubilidade do voto a existência de partidos ou projectos políticos.
Custa - me a acreditar que a " conspiração " reaccionária que se instalou em Portugal no fornecimento de perspectivas negativas, alheias a este governo, através dos miseráveis incêndios deflagrados por todo o território, a poluição do Tejo, a queda das Raríssimas, o surto da legionela, os e - mails do Benfica, a guerra diplomática com Angola,  o despertar do Ministério Público numa campanha de limpeza do lixo da corrupção, conseguiu sensibilizar à criação de uma linha vermelha de " falhanço " aos cidadãos por parte do Executivo, caucionando trôpegos alibis para a dissolução do Parlamento.

A  não ser que a ideia seja provocar uma maioria absoluta do PS nas eleições subsequentes, o que não acredito, não vejo nenhuma razão para esta presença, para este estar, para este avisar, para este aprazar, por parte de Marcelo, nessa pulsão incontrolável de ser o centro das atenções na vida política portuguesa.
Marcelo oscula pelo país, selfia com o mundo luso, afaga, conforta os sem - abrigos, acolhe a cada infortúnio, tenta definir a democracia - cristã numa República laica governada hoje por socialistas, comunistas e radicais de Esquerda. 

Creio que não há populismos positivos versus populismos negativos. Enfermam dos mesmos males que a subtileza político/intelectual na manipulação consegue atenuar a grosseria.

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