sábado, maio 09, 2009

TAMBÉM NO FUTEBOL...



Já que se falou de patologias associadas à formulação que tem levado ao desmantelamento das " coisas ", vulgo, valores, falemos de futebol, já chamado em tempos uma escola de vida por razões que toda a gente entendia, e do que tem acontecido nos últimos tempos.

Também aí a CRISE se instalou subreptíciamente a partir do momento em que o Mercado tomou conta da coisa e os milhões se lhe associaram com estrondo impondo as suas regras.
O fairplay, ainda alimentado por alguns românticos irredutíveis vai desaparecendo no torvelinho da venalidade e do suborno psicológico dos seus intervenientes e adeptos.

Os atletas, há já quem não aguente as exigências que uma pressão intolerável obriga à robotização e se afaste para poder recuperar outra vez o prazer de jogar futebol.
Refiro - me por exemplo aos atletas sul - americanos cuja relação com a bola sempre se fez com alegria, técnica, fruição e gozo a quem tem morrido aos poucos a sua arte em prol da rigidez da tática e dos resultados que valem milhões.
Ronaldo, Adriano, Fred, foram alguns dos nomes citados pelo Record, entre outros menos sonantes que regressaram a fim de se reconciliarem consigo e com a sua arte e prazer. Outros virão atrás da resolução de problemas económicos, outros mantêm - se por cá, adaptam -se, tentando conciliar a beleza do gesto e da prática com os ditames do rigor tático e à supressão do risco e do improviso com a perda óbvia das suas qualidades que as trouxeram até nós.

Por outro lado, o último jogo entre o Chelsea e o Barcelona foi paradigmático. Os amantes do futebol fizeram a sua escolha e preferiram ver o Barcelona na final de Roma com o Manchester, duas das equipas com o futebol mais excitante do planeta a par do Arsenal.
Nem a maneira inglória e manchada injustamente como obteve o apuramento abalou a escolha no final do desafio. Barcelona merecia e tinha de lá estar na final...O que aconteceu durante o jogo foram...pormenores.

A moralidade interesseira que faz parte da matriz individual quando não é contrariada por valores mais nobres tem - se tornado aceitável e de tanta aceitação empática, a MORAL, que se justifica pelos resultados.
Outro exemplo desse desmantelamento - PEPE, ou melhor Queirós.
Pepe agrediu selvàticamente um adversário e foi condenado e bem pela justiça desportiva e pelo mundo desportivo em geral pelo seu descontrolo.
Carlos Queirós, porém, num gesto oblíquo de solidariedade decide manter sem castigo a atitude do seu seleccionado, desprotegendo- o do período de nojo e reflexão a que ele teria de se submeter.
Pepe foi quase criminoso, mas...

Eu não aceito, sem castigo, o Pepe na selecção!
Eu não aceito que a batota cometida contra o Chelsea seja branqueada a favor do melhor futebol do Barcelona!
Eu não aceito a batota no Desporto sob nenhuma justificação e muito menos pelo meu prazer e satisfação!
Eu não aceito a moralidade adversativa e casual. Posso compreendê - la mas não a honro! Ponto final!

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