sábado, outubro 10, 2015

NOTAS SOLTAS

CAVACO SILVA

O presidente cessante da República Portuguesa acabará o seu mandato como presidente honorário do PSD, numa linha de coerência que sublinhou, a traços grossos, nos oito anos que ocupou o posto mais elevado da Burocracia da República.
Foi um dogmático, um burocrata falsamente isento, com uma interpretação sectária do cargo, na linha dos princípios que a sua área política de origem sustenta, não foi, definitivamente, um presidente dos portugueses.
No seu último discurso, após as eleições, excluiu de soluções governativas dois partidos representados na Assembleia da República, o Bloco de Esquerda e o P.C.P., representantes de uma maioria numérica que votou contra a Coligação de Direita e a sua permanência no poder, reduzindo à improcedência e infantilidade a votação dos portugueses.
É evidente que, formalmente, só poderia convidar a representação vencedora das eleições a formar governo e, na linha das proclamações reiteradamente dadas à costa ( então, a crença era que o P.S. seria o vencedor sem maioria absoluta... ) exigir um governo estável e comprometido, nas suas linhas essenciais, com o caderno europeu.
Acontece que o condicionamento da estabilidade pelos resultados importantes obtidos pelo P.C.P e pelo Bloco de Esquerda fez cair a marca e a máscara do compromisso, pelo afastamento desses partidos de quaisquer soluções governativas.
Mais um ilustre do P.S.D. a juntar - se ao ex- presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao fechar com chave de lata, os seus mandatos.

PRESIDENCIAIS

Marcello R. Sousa apresenta - se como um fortíssimo candidato às próximas eleições presidenciais contra o provável aglutinador dos votos de Esquerda - Sampaio da Nóvoa.
Acontece que as coisas não serão assim tão simples e lineares já que há uma bissectriz, não só política como social e de género, quer queiramos ou não, de seu nome Maria de Belém, que terá uma voz na definição dos candidatos que irão passar à segunda volta das eleições.

Aparentemente, será dada liberdade de voto na área socialista e , caso Rui Rio não avance, duvido que o faça, Passos terá de engolir um sapo catavento.

ANTÓNIO COSTA

O líder do Partido Socialista tem entre mãos as mais difíceis negociações da sua vida política e das mais complicadas decisões a tomar, em relação ao País, aos eleitores, aos camaradas do partido, à Coligação do governo e... à restante Esquerda, para não falar das Presidenciais.

O que fará com a disponibilidade manifestada pelo Bloco e pelo P.C.P ( brilhantes passos politicos... ) pela disposição de apoiar um governo socialista no Parlamento?
Quero crer que só a relação de forças dentro do P.S. permitirá, condicionará, as tomadas de posição que vierem a ser conhecidas.
De um lado teremos os liberais socialistas, como o Assis. o Sousa Pinto, o A. Galamba e o Beleza a rasgar as vestes perante a hipótese de tais companhias; do outro, teremos os históricos, como João Soares, o Ferro Rodrigues e J. Galamba a avisar dos riscos de colonização programática pela Direita, entre outros...

Veremos se a cantada capacidade do líder nas negociações e  criação de pontes irá acautelar Entre-Rios ideológicos/partidários...

E remete - se para o meu post de 26/6, sob o título - Uma Entrevista -, sobre os " fora de moda " ideológicos...

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