domingo, maio 31, 2009

EXERCÍCIOS... diletantes e meramente racionais sobre a Liberdade

Se na Natureza tudo é pré - determinado e tudo se passa segundo leis inabaláveis, o comportamento humano não obedece de todo às leis naturais senão no estrito campo físico da sua condição biológica.

Isso, apesar de ser TUDO, já que lhe delimita as fronteiras do possível, os limites da sua acção, remetendo - o à sua pequenez temporal não lhe marca o destino que a sua liberdade animal, proclama.

Até porque só nesse campo é que ela existe e tem o seu sentido pleno.

A outra, a liberdade cultural, a adquirida, social, política é uma bela utopia baseada numa concepção monista e necessária da existência da Civilização em todas as suas formas de ver o MUNDO, o COSMO e DEUS.

A sua pertença ao reino das probabilidades implica ajustamentos permanentes em relação ao REAL. O que tem falhado no seu aperfeiçoamento está no sentido das medidas correctivas.

A abundância de legislação tem reduzido amplamente o espaço do seu exercício quando a acção exigiria sim a culturalidade, a mudança consciente de mentalidades que só o Conhecimento sustenta e dá sentido.
Após o falhanço dos economistas profetizando o futuro em fórmulas matemáticas aplicadas à Liberdade, hoje, os únicos profetas serão os meteorologistas.
Apesar do caos que é o " tempo" ele pode ser mesmo assim teorizado em bases sólidas. Olhando para o céu, hoje, enquanto escrevo, posso afirmar com 99,99999% de certeza que não vai chover hoje.

O Homem precisa da universalidade para poder prever. A Globalização deriva dessa necessidade que só o Conhecimento permitiria a aplicação. Em vez de ter começado pelo cultural preferiu a matemática e pulsões primárias, essas sim universais mas com cambiantes que histórias únicas definiram e que têm sido desprezados em favor daquelas.

A taxa de juro pode -se mudar de noite para o dia; os conceitos culturais, NÃO!

Derivados de uma acumulação de conceitos empíricos que descrevem uma narrativa histórica e cultural única, a vida dos povos criou um universo paralelo tão válido como o do vizinho e o mesmo estupor perante a diferença.

Não compreender isso, simplificando o que é complexo deriva da estupidificação acelerada que a incapacidade determinante de interpretação de factos, dados, enunciados, textos, linguagem, o sapiens- sapiens cibernético tem dado provas.

O assustador é que a Estupidez, globalizada, é estúpidamente contagiosa e difícil de erradicar.

O irónico em tudo isto é que esta " nossa " capacidade adquirida ( já que não se encontra em nenhum ser vivo - a ignorância é coisa outra ) de ser ESTÚPIDOS vem de uma patologia necessáriamente do racional, incurável portanto pelo que lhe deu origem, crescimento e a sustenta até que....

P.S. - São 17:30 e pelos vistos, pelo que estou a ver, parece que o " tempo " quer contrariar as minhas 99,99999% certezas. Pois é! Nada é óbvio...

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